teus hóspedes e embalas
no seio quente
sob o sereno noturno
os teus filhos queridos.
Falam de te por aí
e quando te visitam
bebem o mel de tua boca
e ainda depois se enamoram.
Altinho, os teus filhos te ama,
tu és abençoada por Deus,
no meio do teu peito,
Cristo está de braços abertos.
Nós, os teus filhos,
nos orgulhamos de ti,
do teu gigantismo,
e quando me encontro
no alto, fico a te olhar
durante horas incansáveis.
Parece que os meus olhos
querem devorar tuas serra,
teus brejos, até o Una,
como eu te amo!
Tive a certeza do meu amor
quando estive no Letreiro
contemplando do pico da pedra
tuas planícies e saliências.
Lá em cima o ar puro
embreagou meu pulmão,
e não hesitei.
Foi tanto que o vento
rebelde caçoou dos meus
cabelos curtos
que nem pode esvoaçar.
Os meus tímpanos
quase surdos deliravam
ao som uivante daqueles orifícios.
Lamento um dia partir,
deixarei, então,
como recordação imortal
o meu corpo, para alimentar
a terra que dela um dia vim...
... e assim quando lá
em cima eu me encontrar
só espero descançar
num céu chamado Altinho.
Poema retirado do Livro Somente Eu de Isabel Cristina de Oliveira.